sábado, 14 de abril de 2012

Uma abordagem ao protecionismo

Uma questão que muito frequentemente se levanta na via das exportações, se todos os países insistirem em que têm de exportar, então quem compra? Os marcianos? 

A resposta leva à necessidade de harmonia nas trocas comerciais e o mesmo só pode acontecer caso exista algum tipo de controle.

Outro fator importante é sobre os recursos limitados existentes no planeta e em políticas protecionistas os mesmos serão melhores salvaguardados.

Outra das vantagens diz respeito à expansão monetária e crédito que serão reduzidas em função de políticas protecionistas tornando a economia mais real do que virtual.

Estamos a entrar num ponto em que os países e as sociedades serão descaraterizadas, ou seja, dentro de um mesmo país existe uma parte da população fortemente beneficiada com a globalização (monopólios e empresas que obtiveram relativo sucesso) e outra parte da população que só perdeu com a globalização (desempregados, inadequações de capacidades, falta de oportunidades).

Sendo assim que adianta jogar só no tabuleiro da globalização e porque não jogar também no tabuleiro das aldeias.

Aliás qual dos dois tabuleiros pode agora integrar melhor as pessoas no trabalho e estimular a função social?

A agricultura pode ser o ponto de partida, e aliás um catalizador de um possível potencial económico adormecido que seria estendido à indústria, ao comércio tradicional e turismo. Sabendo que não compensa plantar em grande escala (cereais), muito pode ser feito. 

Agora, falta uma engenharia social, uma atmosfera cultural, um debate elevado. Tem que se compreender o que se passou com as pessoas e com a sociedade.

A engenharia social procura mudar a conduta das pessoas e só com um projeto de sentido de comunidade constrói-se a repartição justa da riqueza, a defesa do património comum, material e imaterial, a arquitetura, a paisagem, a língua e não valores ideológicos.

E esse foi o erro do 25 de Abril. Em que não soube aproveitar o que havia de bom do passado e ter procurado fazer ainda melhor, deixou-se sim vencer pela mediocridade e pelo facilitismo, caindo na corrupção. Assim atualmente temos uma estrutura de poder em Portugal principalmente mesquinha e corrupta, que viveu até então de obras de fachada só porque o dinheiro jorrava da fonte.

Outro fenómeno interessante na economia, é que agora temos o moderno socialismo, que é o estado socializante pelo controle da economia mas sem nunca chegar à totalidade, mas quanto mais controle socialista existe, mais depressa as pequenas empresas desaparecem e quem ganha são as grandes empresas monopolistas visto que já não há o risco da estatização total. Que poderia funcionar também como definição para o modelo económico do velho e típico estado fascista. Curioso não é? A única diferença está em que antes procurava-se obter os benefícios económicos dentro de portas e agora as portas estão escancaradas.

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